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Ecologia

Aguapé, a planta mais invasora do mundo

Paula Frasson / Inaturalist A também chamada jacinto-de-água reduz as populações de peixes, por impedir a passagem de luzPaula Frasson / Inaturalist

Comum nas bacias sul-americanas do Amazonas e do rio da Prata, a planta aquática aguapé (Eichhornia crassipes) é a espécie invasora mais disseminada pelo mundo, segundo o relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (Ipbes), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). No lago Vitória, na África Oriental, por impedir a passagem de luz e a oxigenação da água, a planta aniquilou populações de tilápias, recurso pesqueiro importante. Além de exportar espécies, as Américas também sofrem invasões. “Um exemplo é Limnoperna fortunei, o mexilhão-dourado”, conta o biólogo Ricardo Pinto Coelho, professor aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais e hoje proprietário da empresa RMPC Meio Ambiente Sustentável, único brasileiro no painel de especialistas da Ipbes. “Nas águas brasileiras, esses moluscos causam problemas para a aquacultura e na operação de usinas, onde ficam incrustados nos sistemas de refrigeração.” Outro exemplo: o mosquito Aedes aegypti, originário da África, transmite os agentes causadores da dengue, zika e de outras doenças. O relatório afirma que as atividades humanas causaram a disseminação de mais de 37 mil espécies de plantas, animais e microrganismos, com papel central em 60% das extinções globais. Em 2019, o impacto econômico das espécies invasoras ultrapassou US$ 423 bilhões anuais, cerca de R$ 2 trilhões (ipbes.net, 4 de setembro).

O site da revista Pesquisa FAPESP traz uma versão ampliada desta nota.

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