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Boas práticas

Alarme na pesquisa médica do Irã

Um grupo de pesquisadores vinculados a universidades do Irã enviou um questionário com perguntas sobre integridade científica para professores de faculdades de medicina do país. Dos 692 docentes que aceitaram participar do levantamento, 72,1% afirmaram ter testemunhado pessoalmente alguma situação de má conduta nos 12 meses anteriores. Entre as circunstâncias que mais influenciam desvios éticos, os entrevistados apontaram a pressão para obter cargos estáveis, a necessidade de ampliar a produção científica e a falta de empenho das instituições de pesquisa em coibir abusos. Apenas 18,5% dos entrevistados classificaram como alta ou muito alta a eficácia das regras de suas instituições para reduzir casos de má conduta.

Da mesma forma, o risco de ser pego cometendo má conduta foi classificado como baixo ou muito baixo por 80,6% dos entrevistados. Os problemas mais frequentes envolveram atribuição fraudulenta de autoria de artigos, a falsificação de dados e a manipulação de resultados para obter conclusões mais impactantes. O estudo, divulgado no repositório Research Square, foi coordenado pela médica Bita Mesgarpour, diretora do Instituto Nacional de Desenvolvimento de Pesquisa Médica, em Teerã, e ex-subsecretária de Pesquisa e Tecnologia do Ministério da Saúde do Irã. A conclusão do estudo é de que o país necessita de políticas públicas mais eficazes para enfrentar as taxas altas de má conduta na pesquisa médica.

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