A região do deserto de Nazca, no Peru, ficou conhecida pelas imensas figuras visíveis do alto, os geoglifos. Ao longo de quase um século foram identificadas 430 delas, produzidas há mais de 1.500 anos pelo povo Nazca, que escavava o solo para criar diferenças em cor e textura. Com o desgaste provocado pelo tempo, os geoglifos nem sempre são fáceis de se enxergar. Agora, arqueólogos do Japão, da França e dos Estados Unidos ganharam a ajuda de inteligência artificial aplicada a fotografias aéreas de alta resolução. A capacidade computacional de reconhecer padrões identificou, em seis meses, mais de 300 formas dificilmente reconhecíveis pelo olho humano, como cabeças decapitadas. O trabalho classificou as figuras em dois grupos: os desenhos “tipo-relevo” contêm pedras que foram agregadas para acentuar o contraste, são mais intrincados e foram construídos perto de trilhas para serem vistos; os “tipo-linha”, mais espaçados e com longos trechos lineares, podem ter sido criados e usados em rituais (Live Science e PNAS, 23 de setembro).
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