A revista PLOS ONE anunciou a retratação de um artigo publicado em setembro de 2020 que recomendava um reforço no consumo de vitamina D para reduzir a gravidade da manifestação da Covid-19. O trabalho afirmava que pessoas infectadas pelo vírus Sars-CoV-2 com bons níveis de vitamina D sofreram quadros menos graves da doença quando comparadas com as que exibiam níveis insuficientes do composto. O artigo era assinado por Michael F. Holick, da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, um defensor do uso da vitamina D, em colaboração com pesquisadores da Universidade de Ciências Médicas de Teerã, no Irã.
Após a publicação, o artigo ganhou repercussão nas redes sociais, mas logo foram apontadas falhas e lacunas no estudo, como o tamanho pequeno da amostra e a falta de informações detalhadas sobre os pacientes avaliados. Um mês após a publicação, a PLOS ONE divulgou uma “expressão de preocupação” e avisou que os dados estavam sendo reavaliados devido a alegações de que não havia base estatística para os autores sugerirem uma relação causal entre consumo de vitamina D e o resultado clínico de infecções por Covid-19. Passados quatro anos, o artigo foi cancelado. Segundo os editores da revista, o desenho do estudo, incluindo critérios de inclusão de dados e métodos de análise estatística, não foi considerado suficientemente robusto. Outro problema é que a metodologia utilizada pelos pesquisadores não foi descrita em detalhes. Com isso, foi impossível reproduzir o experimento para averiguar seus resultados.
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