A digitalização da produção industrial, a chamada indústria 4.0, ainda engatinha no Brasil. Em 2022, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) havia detectado que apenas 7% das empresas usavam tecnologias como inteligência artificial, prototipagem 3D e automação em todas as etapas da cadeia. Agora, uma pesquisa da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) com 99 empresas nacionais expõe outros obstáculos. O acesso a novas tecnologias despontou como uma das principais barreiras, até mesmo para grandes empresas. Para alcançar o nível tecnológico da Alemanha, por exemplo, o Brasil precisaria de 165 mil robôs industriais, algo que, no ritmo atual, demoraria mais de 100 anos. Além disso, por se tratar de um conceito novo, faltavam padrões tecnológicos que orientassem os investimentos de acordo com as especificidades de cada setor. Outra barreira são os custos. De acordo com esse estudo, implementar iniciativas da indústria 4.0 demandaria um aumento de investimento de 50%, ao longo de cinco anos. A disposição para gastar, por sua vez, esbarra na falta de compreensão dos empresários sobre os benefícios e resistência à adoção. Gastar muito sem a segurança de contar com mão de obra qualificada, enquanto mantém produção e contas em dia, é uma barreira intransponível para a maioria (Sondagem especial da CNI, abril de 2022; TQM Journal, janeiro de 2024).
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