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Ambiente

As causas das chuvas catastróficas no Paquistão

Ali Hyder Junejo / Wikimedia CommonsCidade coberta pela água no PaquistãoAli Hyder Junejo / Wikimedia Commons

O Paquistão sofreu este ano a inundação mais intensa de sua história, que cobriu um terço do país, matou cerca de 1.500 pessoas e deixou 33 milhões sem casa, por causa de uma soma de fatores climáticos e ambientais. A catástrofe começou com severas ondas de calor. Em abril e maio, as temperaturas passaram de 40 graus Celsius (ºC) e chegaram a 51 ºC na cidade de Jacobabad. O calor intenso facilitou o derretimento das geleiras das montanhas ao norte do país, aumentando a quantidade de água dos rios que cortam as cidades. As ondas de calor coincidiram com um sistema de intensa baixa pressão do ar no mar da Arábia, que trouxe fortes chuvas para as cidades do litoral do país em junho. Em consequência desses fenômenos climáticos, o Paquistão recebeu uma quantidade de chuva três vezes maior que a habitual, na média – no sul do país, foram cinco vezes mais. Cerca de 1 milhão de casas, 5 mil quilômetros de estradas e 240 pontes foram destruídos e 700 mil animais de criação perdidos. Além das mortes e do impacto econômico e social, as chuvas ameaçam um sítio arqueológico de 4.500 anos, as ruínas de Mohenjo-daro, um dos assentamentos urbanos mais bem preservados do sul da Ásia. Situado na província de Sindh, no sul do país, à margem direita do rio Indo, o também chamado Monte dos Mortos foi declarado patrimônio mundial pela Unesco em 1980 (Nature, 2 de setembro).

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