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Violência

As causas do crime

“Entender o que leva as pessoas a cometer crimes é uma tarefa árdua. Afinal, não há consenso sobre uma verdade universal, mesmo que esta se refira a uma determinada cultura, em um dado momento histórico”. Esta frase no início do artigo “Determinantes da criminalidade: arcabouços teóricos e resultados empíricos” mostra o desafio proposto por Daniel Cerqueira e Waldir Lobão, pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo o estudo, vários autores procuraram até hoje elaborar um modelo integrado para explicar a violência, com enfoques nos níveis estrutural, institucional, interpessoal e individual.

“Tais anseios decorreram da percepção empírica de que a violência e a sua tolerância variam significativamente entre as sociedades, entre as comunidades e entre os vários indivíduos”. Principalmente a partir do início do século 20, os criminólogos começaram a estudar o assunto e identificaram uma série de fatores que, combinados em proporções e situações específicas, poderiam explicar a causa dos crimes. Por conta disso, o objetivo do estudo foi investigar, com base na literatura, as várias teorias que explicariam o comportamento criminoso. O apanhado de algumas das mais substantivas contribuições, com orientações metodológicas retiradas das ciências sociais e da antropologia, passando pela economia e psicologia, estão reunidas no trabalho dos pesquisadores do Ipea. O estudo conta com uma descrição da lógica por trás de dez conjuntos distintos de teorias que, por certo, não esgotam o universo das teorias de causação do crime. “Fica evidente, a partir da exposição dos vários modelos que explicam os determinantes da criminalidade, tratar-se de um fenômeno complexo e multifacetado, mas que possui determinadas regularidades estatísticas que variam conforme a região e a dinâmica criminal, em particular”, avaliam os autores do estudo.

Dados – vol.47 – Nº2 – Rio de Janeiro – 2004

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