Classe é classe, vem de berço, mesmo que o bebê tenha o hábito de latir e abanar a cauda. Especialistas do Centro de Pesquisa de Câncer Fred Hutchinson em Seattle, nos Estados Unidos, colheram amostras da mucosa da boca de cerca de 400 cães de 85 raças diferentes, compararam os respectivos DNAs e concluíram que os de raça pura têm padrões genéticos distintos. Em outros termos: agora é fácil saber se o animal é de uma nobre estirpe ou não passa de um autêntico vira-lata, por mais que queira disfarçar.
“Uma amostra permite dizer com 99% de segurança para que tipo de cão você está olhando”, diz Elaine Ostrander, pioneira do estudo dos genomas dos cachorros que conduziu a pesquisa, publicada na Science de 20 de maio. Com base nas análises genéticas, os animais foram agrupados em raças afins, confirmando algumas suposições e derrubando outras.
Uma das surpresas: pastores alemães são parentes próximos de bullmastiffs, rottweilers e boxers. Um dos mitos derrubados: o ibizan hound e o pharaoh hound, considerados raças mais antigas, foram provavelmente recriados a partir de outras raças, nos tempos modernos.
O estudo classificou os cães em quatro grupos. Um inclui mastiffs, bulldogs e pastores alemães. Outro tem collies, shetland sheepdogs, greyhounds e são-bernardos. O maior grupo engloba cães de origem européia recente, como terriers, pointers e retrievers. O quarto, que reúne os animais de raças mais antigas e de provável origem comum na Ásia e África, traz chow-chows, huskies siberianos e lhasas apso.
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