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Tecnociência

Avaliação maximiza tratamento de esgoto

O uso inédito de traçadores radioativos na inspeção de estações de tratamento de esgoto pela cidade alemã de Dresden, em 1996, permitiu aumentar em 48% a eficiência das unidades e cancelar a construção de outras. Inspirado no caso, o físico Luiz Eduardo Brandão, do Instituto de Energia Nuclear (IEN) do Ministério da Ciência e Tecnologia, desenvolveu um método semelhante que resultou numa unidade de análise portátil e de fácil instalação.

O sistema, que detecta problemas como obstruções e vazamentos, funciona com a estação de tratamento em operação e faz avaliação imediata – superando técnicas que também usam radiotraçadores para marcar sedimentos, mas exigem coleta de material para análise. No lugar das grandes quantidades de corantes químicos poluentes e de vida longa aplicados nos métodos convencionais de avaliação, o Sistema de Avaliação por Radiotraçadores – a ser apresentado em maio como tese de doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro – usa quantidades ínfimas de radioisótopos de manganês, bromo, lantânio e ouro, todos com tempo de atividade curta.

Além de melhorar o desempenho das centrais de esgoto, o sistema de Brandão permite construir novas usinas com aproveitamento máximo: o protótipo de usina de decantação por gravidade que ele construiu, para obter dados experimentais, reteve 98,5% da matéria sólida dissolvida na água, entre poluentes biológicos e químicos. Isso significa que pequenas instalações podem operar em conjuntos residenciais e em indústrias, sem despesa com energia.

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