Agência FAPESP – “A cooperação científica é um dos elementos para favorecer o entendimento entre os povos e ingrediente indispensável para incrementar uma boa relação bilateral, como a que mantêm espanhóis e brasileiros”, destacou Celso Lafer, presidente da FAPESP, em artigo sobre perspectivas de cooperação científica entre Espanha e Brasil publicado no dia 10 de janeiro no jornal espanhol ABC.
No artigo, Lafer afirma que a pesquisa científica é um elemento-chave para que o mundo consiga superar com sucesso desafios “de imensa importância, de cujo equacionamento depende a própria sobrevivência da Humanidade”, como as mudanças climáticas e as “dificuldades de se obter crescimento econômico equilibrado global sem esgotar a capacidade de gerar energia nem dilapidar a ecologia do planeta”.
Lafer ressalta que metade da pesquisa científica produzida no Brasil é feita no Estado de São Paulo e que um dos motivos para explicar essa liderança nacional é “o fato de há 50 anos ali existir uma fundação de amparo à pesquisa, a FAPESP. Esta recebe 1% de todos os impostos pagos no Estado e os investe em projetos de cientistas de suas instituições de ensino e pesquisa”.
“Isso significa que no ano de 2011 a FAPESP investiu em ciência mais de 554 milhões de dólares e contratou 12.451 novos projetos de pesquisa. As áreas de conhecimento mais beneficiadas foram Medicina, Biologia, Engenharia, Ciências Sociais e Agronomia e Veterinária. Mas a FAPESP financia todas as áreas de conhecimento humano, inclusive as artes”, disse Lafer.
Para o presidente da FAPESP, que em dezembro esteve nas cidades de Madri e Salamanca para o simpósio “Fronteras de la Ciencia – Brasil y España en los 50 años de la FAPESP”, é impossível avançar no conhecimento científico sem cooperação internacional.
“Entre os países com os quais a FAPESP tem procurado ampliar seu diálogo, a Espanha se destaca, inclusive pelas inúmeras similaridades que há nos existentes patamares de pesquisa e nos resultados que vem obtendo a ciência paulista e espanhola”, disse.
Estreita ligação
“A relação econômica entre Espanha e Brasil é intensa. A Espanha é o segundo maior investidor estrangeiro no Brasil. Mas ainda há muito a ser feito para ampliá-la, por exemplo, na área de pequenas e médias empresas com alta capacitação tecnológica”, disse Lafer.
De acordo com o presidente da FAPESP, que foi ministro das Relações Exteriores e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, entre as oportunidades de cooperação está a formação de parcerias entre empresas de pequeno porte espanholas e paulistas para desenvolver pesquisas.
“Em diversas áreas da pesquisa científica há grande possibilidade de intercâmbio de conhecimento devido aos níveis de excelência nelas atingidos por pesquisadores de São Paulo e Espanha, como bioenergia, nanotecnologia, biotecnologia, agricultura e pecuária, tecnologia da informação e outras. Em muitas delas, já há troca de conhecimentos, que pode e deve ser ampliada”, disse Lafer.
O leitor pode ler o artigo “España y Brasil ante la cooperación científica” na íntegra.
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