Computadores quânticos capazes de executar tarefas variadas ainda estão muito longe de se tornarem realidade. É bem possível, porém, que até a próxima década sejam construídos computadores quânticos com funções limitadas, mas que ainda assim usem as propriedades quânticas da luz para executarem em poucos dias cálculos complexos que computadores normais demorariam anos para concluir. Esse é o objetivo a longo prazo de uma colaboração entre brasileiros e italianos formada pelos físicos teóricos Ernesto Galvão e Daniel Brod, do Instituto de Física da Universidade Federal Fluminense, em Niterói, e pelas equipes de físicos experimentais lideradas por Paolo Mataloni e Fabio Sciarrino, da Universidade La Sapienza de Roma, e Roberto Osellame, do Instituto de Fotônica e Nanotecnologia, em Milão. A equipe demonstrou, em 2012, como realizar cálculos matemáticos usando um chip de vidro em que três partículas de luz, os fótons, percorrem simultaneamente um circuito de cinco caminhos entrelaçados (ver Pesquisa Fapesp nº 209). Agora em junho a revista Nature Photonics publicou novos resultados da equipe, com cálculos mais complexos feitos por um chip maior, usando até três fótons percorrendo um circuito de nove e outro de 13 caminhos. Os físicos também utilizaram um novo teste estatístico para verificar os resultados de seus cálculos. Quanto mais fótons e caminhos no circuito, mais difícil fica verificar os cálculos realizados pelo chip com computadores convencionais.
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