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empreendedorismo

Caminho inovador

IMEmpreende, do Instituto de Matemática e Estatística da USP, quer transformar ideias em produtos

carreiras_salem_com_livros_1arquivo pessoalAlunos, ex-alunos e docentes do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP) contam desde dezembro do ano passado com um instrumento de apoio para transformar ideias e projetos inovadores em um empreendimento comercial. O IMEmpreende foi criado como um grupo de interesse em empreendedorismo para conectar pessoas que compartilham da mesma cultura acadêmica e ajudá-las em seus projetos. “Existe na universidade muita pesquisa aplicável, de grande qualidade, que não encontra caminho para transformar-se em produto”, diz Paulo Salem, ex-aluno do curso de ciência da computação do IME e diretor-executivo do IMEmpreende. “Boa parte do conhecimento que poderia gerar valor econômico, como softwares criados com o uso de sofisticadas teorias de inteligência artificial, se perde porque não há incentivo suficiente para que se torne um produto.” Salem deu vazão a seu lado empreendedor aos 17 anos, quando criou o SmartNote, em resposta a um desafio lançado pela então revista Informática Exame, atualmente Info Exame, de criar o melhor aplicativo para post-its (pequenos adesivos usados para lembrar de tarefas e compromissos).

O objetivo do IMEmpreende é fomentar a transformação de conhecimento em tecnologia e produtos por meio da promoção de encontros e trocas entre os membros, bem como destes com investidores, por exemplo. Por enquanto a comunicação entre os membros se dá principalmente por uma lista de e-mail, na qual já se inscreveram 51 pessoas. Dessas, 35 participaram da primeira reunião do grupo, no fim do ano passado. “No IME existe a Empresa Júnior, mas tradicionalmente não focada nessa ideia de empreendedorismo, de fomentar startup”, diz Salem, que após a sua graduação em 2005 entrou no programa de doutorado direto na USP em ciência da computação, com dupla titulação também pela Université Paris-Sud (França). “Quando terminei meu doutorado, em 2012, resolvi dedicar meu tempo ao empreendedorismo”, relata Salem. Foi quando ele teve a ideia de criar o portal Liberalis, voltado para profissionais liberais e autônomos, a exemplo de médicos, psicólogos, advogados, marceneiros e arquitetos, que querem divulgar seus currículos ou portfólios de trabalhos. “O software é totalmente automatizado. Se o profissional colocar poucas informações, por exemplo, será gerada uma página adequada aos dados disponíveis.”

O site foi lançado em julho de 2012 com opções básicas e com o tempo algumas modificações foram feitas. “No começo só podia colocar o currículo quem pagasse, mas no meio do caminho mudei o modelo de negócios”, relata Salem. O sistema tem registrado atualmente cerca de 2.500 profissionais, mas os pagantes ainda são muito poucos.

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