Uma combinação de imagens de satélite, mídias sociais e conhecimento tradicional permitiu mapear 28 mil quilômetros de canais subterrâneos chamados khettara, em Marrocos, construídos para conduzir água
a partir de poços escavados. As estruturas são usadas há milênios nessa região desértica para obter água potável e irrigar plantas, mas muitas estão secando em consequência do uso excessivo, que pode causar obstrução de canais. A empreitada fez parte do mestrado da arqueóloga Emily Hayes-Rich, na Universidade do Novo México, nos Estados Unidos. Ao perceber que as imagens de satélite nem sempre eram suficientes para identificar todos os khettara, ela usou redes sociais para encontrar moradores e pedir que lhe mostrassem os canais que usavam. Com essa conjunção de saberes ela e seus colegas identificaram mais de 3 mil canais, dos quais um quarto ainda em uso. O mapeamento pode ajudar a revitalizar o sistema hídrico das populações atuais e estimular estudos sobre sua formação. Projetos em outros países, como o Paquistão e os Emirados Árabes Unidos, também buscam recuperar antigas redes de abastecimento de água (Science, 19 de setembro).