A pesquisa com células-tronco embrionárias humanas avança rápido. Cientistas sul-coreanos criaram, pela primeira vez na história, linhagens de células-tronco embrionárias que carregam a assinatura genética de pessoas com doenças ou problemas físicos. Eles usaram a chamada clonagem terapêutica, tecnicamente denominada transferência nuclear de célula somática, para atingir o feito. Retiraram o DNA contido em óvulos frescos doados por mulheres jovens e o substituíram pelo material genético dos pacientes, obtido a partir de células da pele. Em seguida, deixaram os embriões clonados crescerem por seis dias e deles extraíram as células-tronco com o DNA personalizado dos doentes. Foram geradas onze linhagens dessas células: nove de pessoas com idade entre 10 e 56 anos que haviam sofrido traumas na medula espinhal, uma de um menino de 2 anos com uma doença auto-imune e outra de um paciente de 6 anos com diabetes do tipo 1.
Liderada pelo veterinário Woo Suk Hwang e pelo ginecologista Shin Yong Moon, ambos da Universidade Nacional de Seul, a equipe oriental é a mesma que há um ano clonou pela primeira vez um embrião humano e dele retirou células-tronco. No experimento recente, a técnica foi aperfeiçoada: os pesquisadores conseguiram extrair uma linhagem de células-tronco a cada 20 tentativas, eficiência dez vezes maior que a anterior. Em artigo publicado na Science de 20 de maio, a equipe coreana credita essa maior eficácia ao uso de óvulos não-congelados e à baixa idade das doadoras. No curto prazo, os pesquisadores não pretendem cultivar esse tipo de célula para injetar nos pacientes, algo temerário e improdutivo, uma vez que as linhagens produzidas carregam os defeitos genéticos associados às doenças. A idéia é usar células-tronco embrionárias personalizadas para criar modelos in vitro das patologias. Estudar o crescimento dessas linhagens pode revelar os mecanismos de surgimento das doenças.
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