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Inovação

Centro criado por FAPESP e GSK desenvolverá pesquisa em química sustentável

A unidade de desenvolvimento vai fabricar produtos químicos sustentáveis que possam ser usados na descoberta e no desenvolvimento de novos medicamentos

Centro de Excelência para Pesquisa em Química Sustentável desenvolverá pesquisa de nível internacional aqui no Brasil

Edson Lopes Jr./GESP Centro de Excelência para Pesquisa em Química Sustentável desenvolverá pesquisa de nível internacional aqui no BrasilEdson Lopes Jr./GESP

Agência FAPESP – A FAPESP e a GlaxoSmithKline (GSK) assinaram, nesta quinta-feira (24/10), um acordo de cooperação para viabilizar a criação, no Brasil, de um Centro de Excelência para Pesquisa em Química Sustentável.

Durante a assinatura do acordo também foi divulgada uma chamada de propostas, dirigida a pesquisadores, universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo para a constituição do centro. A chamada de propostas está disponível no seguinte endereço eletrônico www.fapesp.br/en/8225.

O acordo foi assinado durante audiência de dirigentes da Fundação e da empresa com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na sede do governo paulista. Previsto para ser instalado no Estado de São Paulo, o Centro será voltado para a fabricação de produtos químicos sustentáveis que possam ser utilizados na descoberta e no desenvolvimento de novos medicamentos.

Inspirado no modelo dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), da FAPESP, o Centro de Excelência para Pesquisa em Química Sustentável desenvolverá pesquisa de nível internacional, mas voltada para a aplicação a partir do Brasil.

“Esse projeto com a GSK envolverá abordagens interdisciplinares para lidar com desafios científicos complexos, que levarão a um avanço do conhecimento em química sustentável e a aplicações com valor de mercado em áreas de interesse comum”, disse Celso Lafer, presidente da FAPESP.

O foco principal do novo centro de pesquisas será a exploração de aspectos da química sustentável a partir de uma abordagem multidisciplinar. O objetivo é obter resultados que permitam atingir maior eficiência no uso de sintéticos e no desenvolvimento de solventes e reagentes renováveis a partir de resíduos agrícolas.

Para Cesar Rengifo, vice-presidente e gerente geral da GSK Brasil, a iniciativa deverá trazer alternativas para os processos e componentes utilizados hoje na indústria farmacêutica. Segundo ele, um dos focos da empresa está em apoiar ações inovadoras, que representem real impacto às pesquisas. “Nossa expectativa é a de que este Centro não apenas contribua para criar um novo paradigma na forma como são fabricados medicamentos, como também para estimular ainda mais a produção científica no país”, disse.

Investimentos sustentáveis
Após o anúncio, Alckmin ressaltou a importância do investimento para o desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica no Estado. “Trata-se da união de duas instituições com enorme expertise no apoio e no desenvolvimento de pesquisas, para realizar pesquisa na área da saúde, que vai crescer muito em todo o mundo. Realizar pesquisa com sustentabilidade é extremamente importante”, disse.

Presente na assinatura do acordo entre FAPESP e GSK, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Rodrigo Garcia, também enfatizou a importância da parceria. “Esse acordo, além de vir ao encontro da missão da Secretaria, simboliza um momento importante, de desbravamento de fronteiras tecnológicas há muito perseguidas pelo Estado”, disse.

Para a implantação do Centro de Excelência, a FAPESP e a GSK vão disponibilizar um total aproximado a 800 mil libras esterlinas por ano, em partes iguais, por um período de dez anos.

Esta é a segunda iniciativa do laboratório britânico para o desenvolvimento de pesquisas dessa natureza. Desde 2012, a empresa apoia um Centro de Excelência em Química Sustentável no Reino Unido, instalado na Universidade de Nottingham.

Para Rogério Ribeiro, vice-presidente sênior e gerente geral de Mercados Emergentes e Ásia Pacífico da GSK, o acordo reforça ainda mais a presença da empresa no campo da pesquisa e da inovação. “A GSK tem um negócio em plena expansão no Brasil. Estamos muito satisfeitos em anunciar o nosso apoio ao novo Centro, iniciativa que faz parte do nosso investimento contínuo em ciência no país”, disse.

Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, ressaltou o caráter inovador da parceria. “Este acordo marca uma mudança qualitativa na relação de apoio à pesquisa já existente entre a FAPESP e a GSK, pois se trata de um financiamento de longo prazo, o que é muito importante para conduzir a pesquisa a resultados inovadores”, disse.

Também participaram do encontro com o governador o vice-presidente da FAPESP, Eduardo Moacyr Krieger, José Arana Varela, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fundação, e Hernan Chaimovich, coordenador dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) e assessor especial da Diretoria Científica da FAPESP.

Chamada de propostas
O primeiro acordo para cooperação entre a GSK e a FAPESP foi assinado em fevereiro de 2012, para a realização de pesquisas conjuntas envolvendo pesquisadores em instituições de ensino e pesquisa públicas ou privadas que atuam no Estado de São Paulo e cientistas da empresa.

As pesquisas apoiadas são voltadas para a inovação, mas também buscam promover alianças estratégicas que, potencialmente, levem a aplicações em áreas de interesse tanto da GSK quanto da Fundação.

Já foram feitas duas chamadas conjuntas de propostas para pesquisas sobre doenças metabólicas, doenças tropicais e negligenciadas, doenças infecciosas, doenças respiratórias, inflamação e imunologia, além de biofármacos e vacinas.

As normas da chamada de propostas seguem as estabelecidas pelo Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) da FAPESP. Em 2012 foram selecionados três projetos, atualmente em andamento. Os projetos de pesquisa recebidos em 2013 estão atualmente em avaliação.

Na nova chamada, para a seleção do Centro de Excelência para Pesquisa em Química Sustentável, os interessados têm prazo até 21 de fevereiro de 2014 para apresentarem propostas, descrevendo o plano de pesquisa, identificando a instituição-sede, contrapartidas institucionais (infraestrutura, suporte técnico e administrativo, entre outros) e equipe de pesquisadores.

A proposta deverá incluir, ainda, um programa de Educação e Difusão do Conhecimento e de Transferência de Tecnologia. A estimativa é de que o Centro de Excelência para Pesquisa em Química Sustentável comece a operar após o resultado da chamada de propostas de pesquisa, previsto para 22 de agosto de 2014.

 

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