A queda do ditador Hosni Mubarak animou pesquisadores do Egito a deflagrar uma articulação para recuperar o estagnado sistema de ciência e tecnologia do país. Um líder informal do movimento é o Nobel de Química de 1999, Ahmed Zewail, egípcio radicado nos Estados Unidos. Ele retornou ao país para integrar um grupo de intelectuais incumbido de elaborar planos para garantir uma transição pacífica para a democracia. Num artigo escrito para o jornal International Herald Tribune, Zewail acusou Mubarak de promover uma contínua deterioração na educação e na pesquisa do Egito. De acordo com o Science Citation Index, o Egito produziu 5.140 artigos científicos em 2010 – só a Universidade Harvard publicou o dobro disso. A pesquisa sofre com a falta de dinheiro – os investimentos oscilam entre 0,2% e 0,3% do PIB – e os salários baixos levaram a uma fuga de cérebros para outros países árabes. “O governo jamais teve a visão estratégica de que o apoio à pesquisa e à inovação ajudaria o país a competir globalmente”, disse à revista Nature Hassan Azzazy, da Universidade Americana no Cairo. Para Tarek Khalil, reitor da Universidade do Nilo, a geração que se revoltou pelo Facebook representa a melhor chance em décadas para o renascimento intelectual do Egito. “São jovens que pensam de forma crítica e criativa”, disse.
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