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Boas práticas

Chances distintas

Estudo aponta vantagens de autores da América do Norte. Europa e Oceania na hora de publicar artigos

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Michigan acompanhou o destino de 126 mil trabalhos da área de ciências físicas que foram rejeitados por periódicos na primeira vez que foram submetidos para publicação. A equipe constatou que as chances de esses artigos serem aceitos por outros títulos na segunda tentativa eram 5,7% maiores se os autores eram de países da América do Norte, Europa ou Oceania, na comparação com os de outros locais do planeta. O levantamento foi publicado na forma de preprint, ou seja, ainda não foi avaliado por outros pesquisadores, no repositório SSRN.

Os pesquisadores desses países tiveram outras vantagens: publicaram em revistas com fator de impacto maior, fizeram menos alterações no resumo dos trabalhos e seus manuscritos foram avaliados mais rapidamente (23 dias a menos do que os autores do resto do mundo). Em uma análise feita por país, cerca de 70% dos artigos de nações asiáticas, como China e Índia, conseguiram ser aceitos para publicação, em comparação com 85% dos Estados Unidos e cerca de 90% de nações da Europa.

Misha Teplitskiy, sociólogo da Universidade de Michigan, em Ann Arbor, e um dos autores do estudo, disse à revista Nature que há diferenças regionais na forma como pesquisadores lidam com a rejeição de seus manuscritos e, em países centrais, aparentemente, as regras tácitas para publicação de artigos circulam de forma mais disseminada. Segundo ele, talvez seja uma questão de participar das redes certas e de obter o tipo certo de aconselhamento no momento certo. Outra possibilidade é que autores que não têm grande familiaridade com o inglês, lingua franca da ciência, tenham um desempenho pior na avaliação feita pelos periódicos e enfrentem maior rejeição.

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