Ao lado de Parelheiros, bairro do extremo sul da cidade de São Paulo, há uma depressão circular de pouco menos de 4 quilômetros de diâmetro cercada por elevações rochosas de cerca de 150 metros: é a cratera de Colônia, mesmo nome da pequena localidade situada a nordeste.
Na área plana do interior da depressão, antes ocupado pelo cultivo de verduras e hortaliças, vivem hoje cerca de 30 mil pessoas. Para Cláudio Riccomini, geólogo do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), a cratera deve resultar do impacto de um corpo celeste – um meteorito ou até mesmo um fragmento de cometa.
“Conseguimos refutar todas as outras alternativas sobre a origem da cratera, menos a de que possa ter se formado por um impacto”, diz ele. Além disso, Colônia obedece à relação empírica entre o diâmetro e a profundidade, seguida pela maioria das crateras conhecidas.
Existem no Brasil cerca de dez crateras – a maior delas, Araguainha, na fronteira entre Goiás e Mato Grosso, com 40 quilômetros de diâmetro. Colônia é uma das menores e pode ter se formado há relativamente pouco tempo, talvez menos do que 10 milhões ou 15 milhões de anos atrás. Riccomini vai apresentar suas conclusões na reunião anual da Meteoritical Society, que pela primeira vez se realiza no Brasil – de 2 a 8 de agosto, no Rio de Janeiro.
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