A técnica para tratamento de feridas de grande extensão e de difícil cicatrização desenvolvida pelo médico Fábio Kamamoto, responsável pela cirurgia plástica no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP), que utiliza materiais simples para fazer um curativo a vácuo eficiente e barato, tem feito sucesso. As 120 vagas para os quatro cursos de treinamento gratuitos realizados em março e abril foram insuficientes para atendimento dos profissionais de saúde interessados. A ideia de usar a rede de vácuo instalada sobre os leitos hospitalares para tratar feridas provocadas por acidentes, queimaduras ou diabetes surgiu da prática hospitalar. “No ano passado, eu atendi 987 pacientes com feridas graves, que não fecham com gaze e esparadrapo”, relata. Os curativos importados, que utilizam aspirador elétrico em vez de vácuo, custam cerca de R$ 4 mil por semana, enquanto o nacional fica entre R$ 90,00 e R$ 120,00. O tratamento consiste em colocar esponjas esterilizadas recobertas com plástico adesivo sobre a ferida. A drenagem do local é feita por uma sonda ligada ao sistema de vácuo, que conta com um dispositivo regulador para estabilizar a pressão do ar desenvolvido em parceria com o professor José Carlos de Moraes, do Laboratório de Engenharia Biomédica da Escola Politécnica da USP.
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