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BOAS PRÁTICAS

Cientistas ainda resistem em compartilhar dados de pesquisa

A maioria dos cientistas nas áreas biomédica e da saúde que se comprometem a compartilhar seus dados de pesquisas – aquela massa de informações primárias que serve de base para as conclusões de estudos – se nega a fazê-lo em situações práticas. A conclusão consta de um estudo feito por pesquisadores croatas. Sob coordenação da médica Livia Puljak, da Universidade Católica da Croácia, em Zagreb, eles analisaram 3.556 artigos publicados em janeiro de 2019 em revistas científicas na plataforma BioMed Central (BMC), do grupo Springer Nature.

Identificaram 381 trabalhos com links para dados em repositórios na internet e 1.792 com declarações assinadas pelos próprios autores se comprometendo a compartilhar seus dados de pesquisa caso esses fossem solicitados. Puljak e seus colegas escreveram para os autores pedindo acesso a essas informações, mas apenas 14% responderam ‒ destes, somente 6,7% entregaram os dados em condições de serem reutilizados (Journal of Clinical Epidemiology, 29 de maio). Alguns cientistas disseram que não estavam autorizados a compartilhar essas informações; outros argumentaram que haviam abandonado o projeto ou mesmo perdido seus dados de pesquisa. Os achados de Puljak e seus colaboradores reforçam uma tendência observada em outros estudos. Três deles, publicados nos últimos dois anos envolvendo ensaios clínicos sobre a Covid-19, indicam que até 80% dos cientistas não estão dispostos ou não planejam compartilhar seus dados livremente. “Parece haver um abismo entre o que os pesquisadores dizem e o que eles fazem”, disse Puljak à revista científica Nature.

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