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Protocolo

Combate à desnutrição infantil

Avaliar a evolução antropométrica, terapia nutricional e mortalidade de crianças desnutridas hospitalizadas em um centro de referência da cidade de São Paulo. Este foi o objetivo do estudo “Tratamento da desnutrição em crianças hospitalizadas em São Paulo”. “Tem sido observada uma significativa redução na prevalência da desnutrição energético-protéica em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil. Apesar disso, tal doença ainda se configura como importante problema saúde pública, especialmente em crianças menores de cinco anos”, apontam os pesquisadores. Por conta disso, o estudo retrospectivo avaliou 98 prontuários de crianças desnutridas, sem doença crônica associada. Foram coletados informações como diagnóstico e tempo de internação, tipo, via e tolerância da dieta, além de peso e estatura na internação e na alta. O artigo alerta para os elevados índices de letalidade, inalterados nas últimas décadas, ocorrendo especialmente nas formas graves de desnutrição. “Uma das causas prováveis para esse fato reside no desconhecimento dos profissionais de saúde com relação à fisiopatologia da desnutrição energético-protéica (DEP) grave. E, conseqüentemente, a instituição aplica terapias inadequadas que resulta em sérias complicações logo nos primeiros dias da internação hospitalar, culminando com a morte”. Tendo em vista a necessidade de atualização e adequada capacitação dos profissionais de saúde envolvidos na assistência a crianças gravemente desnutridas, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou e divulgou, em 1999, um manual com essa finalidade. “O protocolo da OMS é efetivo no tratamento de crianças gravemente desnutridas, propiciando recuperação nutricional satisfatória com baixo índice de letalidade”, conclui o estudo. Experiências positivas dessa redução já foram observadas em regiões como Bangladesh, África do Sul e no Brasil. Segundo o artigo, a facilidade de implantação deste protocolo, que pode ser efetuada em cerca de uma semana, justificam sua utilização em larga escala.

Revista da Associação Médica Brasileira vol. 51 – Nº 2 – São Paulo – mar./abr. 2005

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