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Estudante brasileira em universidade norte-americana cria rede para aproximar alunos e empresas

Laura Henares: plataforma conecta estudantes da Universidade de Notre Dame, nos EUA, a empresas brasileiras

Léo Ramos Chaves

Aos 16 anos, quando decidiu que queria fazer sua graduação no exterior, Laura Henares já tinha como certo seu objetivo: trabalhar com educação. “Só não sabia em qual área da educação eu poderia atuar”, conta. Depois de candidatar-se a mais de 20 universidades nos Estados Unidos, a paulistana hoje é aluna do segundo ano de economia e estudos de desenvolvimento internacional, na Universidade de Notre Dame, em South Bend, no estado de Indiana, com estágios de formação na Cidade do Cabo, África do Sul, e em Heidelberg, Alemanha.

O interesse de Henares, atualmente com 20 anos, pela área de educação começou a se consolidar quando, em 2017, fez um estágio de dois meses na organização não governamental brasileira Todos pela Educação, que desenvolve projetos e diagnósticos voltados ao ensino básico. “Conversando com pessoas de lá me encantei pela temática das políticas públicas de educação e descobri que isso está relacionado com o campo da economia”, observa.

Nos Estados Unidos, Henares teve de aprender a lidar com a dificuldade que alunos estrangeiros enfrentam para conseguir estágios em empresas no país. Isso porque o visto de estudante não inclui permissão para atividades profissionais. “Nesse caso, como as empresas sabem que, ao final da graduação, os alunos retornarão a seus países de origem, acabam não recrutando estagiários que sejam de fora”, revela. Da constatação dessa barreira de inserção profissional veio a ideia, no ano passado, de criar uma espécie de clube estudantil intitulado Business in Brazil, cujo objetivo é conectar estudantes de diversas nacionalidades da Notre Dame a empresas brasileiras.

Promovidas a partir de encontros realizados na própria universidade, as atividades do clube acontecem por meio de videoconferências e incluem apresentações de representantes de empresas brasileiras, programas de orientação sobre oportunidades de estágio e trabalho no Brasil, além de workshops e discussões em grupo.“Ao mesmo tempo que aumentamos a visibilidade do Brasil e apresentamos as boas oportunidades de trabalho existentes no país, reforçamos as conexões com empresas brasileiras, que também buscam o intercâmbio de estudantes”, explica. Em um ano, desde o início das atividades do grupo, 15 estudantes conseguiram estágios remunerados no Brasil, por intermédio do clube. “Além de brasileiros, tivemos a participação de estudantes chineses, bolivianos, venezuelanos e norte-americanos no programa.” Dentre as integrantes do projeto, estão instituições como Insper, BTG Pactual, JP Morgan, Gaveteiro, Nubank e Macquire Brasil. As oportunidades de estágio são ofertadas em parceria com o Notre Dame Club of Brazil, entidade que representa alunos e ex-alunos e orienta estudantes brasileiros interessados em ingressar na universidade.

Henares trabalha agora para transformar o Business in Brazil em uma plataforma digital que reforce a conexão entre estudantes e empresas, mas pretende não usar o modelo de rede social. “Já existem as redes profissionais que fazem bem esse papel. Nossa plataforma será voltada especificamente para as relações entre estudantes da Notre Dame e empresas brasileiras”, finaliza.

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