Quase 60% dos médicos norte-americanos que realizaram revisão por pares para os periódicos médicos The BMJ, The Journal of the American Medical Association (Jama), The Lancet e The New England Journal of Medicine, todos de grande prestígio, receberam recursos de fabricantes de medicamentos e de dispositivos médicos entre 2020 e 2022. A maior parte das verbas foi destinada à pesquisa, segundo um estudo publicado em outubro na Jama. O trabalho destacou que, enquanto a maioria dos periódicos estabelece políticas de conflito de interesse para autores, poucos estendem essas políticas aos revisores.
Conduzida por pesquisadores das universidades de Toronto e Montreal, no Canadá, de Tohoku, no Japão, e da Escola de Medicina Icahn, em Nova York, vinculada à rede de hospitais Mount Sinai, a pesquisa identificou 1.962 revisores médicos que atuavam nos quatro periódicos e analisou quantos deles receberam pagamentos da indústria no período. Os dados apontaram que, ao todo, 1.155 revisores (58,9%) receberam ao menos um pagamento. Mais da metade (54%) aceitou apoio financeiro para viagens, palestras, consultorias e alimentação, enquanto 31,8% receberam recursos para pesquisa. No total, os revisores identificados receberam US$ 1,06 bilhão da indústria.
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