O estudo “Fotografias de família pela ótica das sucessoras: um estudo sobre uma organização familiar”, de Fernanda Tarabal Lopes e Alexandre de Pádua Carrieri, da Universidade Federal de Minas Gerais, teve como objetivo analisar os vínculos estabelecidos entre o indivíduo e o trabalho na organização, que caracterizam sua permanência ou não na empresa da família. Para tanto foi realizado um estudo com as indicadas sucessoras de uma organização familiar. Através das histórias de vida dos sujeitos buscou-se compreender os vínculos estabelecidos entre as filhas que permanecem no negócio da família e a que abandona a empresa, por meio do entendimento do não vínculo. A abordagem psicanalítica, aliada às teorias sobre o vínculo social, forneceu importantes contribuições para a análise do fenômeno em questão. Os resultados demonstraram que tanto a permanência como a saída do indivíduo da empresa não se relacionam apenas a questões organizacionais, mas também àquelas oriundas do âmbito familiar, de ordem psicológica. A emergência de tais questões demonstrou que os vínculos subjetivos e as relações psíquicas observadas entre os atores envolvidos estavam imbricados à racionalidade empresarial, que se configurou como reflexo de dramas vivenciados no espaço familiar. As análises tecidas no trabalho mostram a ponta de um iceberg, que tende a não ser considerado nas discussões sobre estas organizações.
Revista de Administração Contemporânea – vol. 14 – nº 3 – Curitiba – maio/jun. 2010
Republicar