As universidades da Inglaterra deverão criar e manter registros de professores e funcionários que se envolvem em relações íntimas com alunos, de acordo com uma proposta apresentada pelo Office for Students (OfS), órgão independente que regula o ensino superior no país. O texto, disponível para consulta pública até 4 de maio, tem como foco o comportamento de docentes e outros profissionais responsáveis por ensinar, orientar ou supervisionar os estudantes. A ideia é que informem à direção de suas instituições detalhes sobre eventuais relacionamentos que tiverem com alunos, sejam eles de caráter sexual, amoroso ou financeiro. O castigo previsto para quem descumprir as regras seria a demissão.
A medida busca desencorajar esses relacionamentos e prevenir situações de abuso de poder e conflitos de interesse que possam surgir a partir deles. Outra opção proposta pelo OfS é a proibição de qualquer tipo de aproximação íntima com os alunos. Susan Lapworth, diretora-executiva do OfS, ressaltou à revista Times Higher Education que a “maioria dos que trabalham no ensino superior se comporta de maneira adequada com seus alunos”, mas observou que não é incomum “haver um desequilíbrio de poder nas relações pessoais que pode ser explorado por funcionários sem escrúpulos a fim de sujeitar os alunos a assédio ou má conduta sexual”. De acordo com ela, medidas de autorregulação implementadas pelas universidades do Reino Unido contra má conduta sexual de professores e funcionários têm sido importantes, mas insuficientes. “O progresso vem sendo lento e irregular”, afirmou.
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