Um novo composto indicado para combater a doença de Alzheimer, que afeta 30 milhões de pessoas no mundo, está gerando polêmica. Em 7 de junho, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos, liberou o uso do anticorpo monoclonal aducanumabe para combater a possível causa da doença. Produzido pela empresa de biotecnologia norte-americana Biogen, o medicamento Aduhelm é o primeiro aprovado contra o Alzheimer desde 2003 (The New York Times, 7 de junho). Diferentemente dos compostos em uso, que retardam o surgimento de sintomas, o novo remédio atuaria sobre a possível causa biológica da doença. O consentimento para a venda do composto ocorreu por meio do programa de aprovação acelerada da FDA, destinado a obter medicamentos para doenças ainda sem tratamento efetivo, e contrariou a avaliação de um comitê consultivo independente afirmando não haver evidências de benefício. Um ensaio clínico indicava que a medicação retardaria levemente o declínio, enquanto o outro não mostrava resultados melhores que o do placebo – ambos foram interrompidos antes do término por parecer que não produziriam benefícios. Críticas de especialistas à liberação levaram a FDA a restringir em julho a indicação do medicamento só para casos leves. Em 9 de julho, foi pedida a um órgão federal independente uma investigação sobre a aprovação do Aduhelm. Há suspeita de interação informal entre representantes da Biogen e funcionários da FDA (Stat, 9 de julho; New York Times, 9 de julho).
Republicar