As chamadas doenças negligenciadas, como leishmaniose, Chagas e dengue, constituem 11% do total de enfermidades no mundo, mas apenas 1,4% dos estudos clínicos dedicam-se a elas. Do conjunto de medicamentos desenvolvidos entre 2000 e 2011, apenas 3,8% são usados para tratar pessoas que sofrem de alguma doença tropical, geralmente de países pobres da América Latina, Ásia e África. Para tentar reverter isso, uma pesquisa realizada pela organização internacional Médicos Sem Fronteiras e pelo Drugs for Neglected Diseases initiative (DNDi) defende a intensificação da colaboração global entre desenvolvidos e emergentes para a produção de novos medicamentos. O estudo, divulgado pelo SciDev.Net, mostra que, embora tenham recursos para pesquisa, Brasil, China e Índia ainda dependem do apoio de países que investem pesado em inovação no setor farmacêutico. Segundo a organização não governamental Policy Cures, a União Europeia é responsável por 22% dos investimentos governamentais em pesquisa sobre doenças negligenciadas, contribuindo com uma média anual de €341 milhões voltados para a produção de novas drogas. Ainda assim, a colaboração representa apenas 0,0024% do Produto Interno Bruto (PIB) da UE. O ideal é que países desenvolvidos colaborem com pelo menos 0,01% do PIB.
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