Biólogos do Rio de Janeiro identificaram um novo tipo de coral nas águas profundas do litoral brasileiro: é o Corallium medea, uma espécie do gênero conhecido como coral precioso ou coral vermelho, bastante empregado na fabricação de anéis, pulseiras e colares, encontrado em profundidades de 380 a 500 metros no banco oceânico Almirante Saldanha, entre o Espírito Santo e o Rio de Janeiro.
É o primeiro registro dessa espécie no Atlântico Sul, abundante no litoral da Flórida, Estados Unidos, parcialmente dominado por outra espécie, a Lophelia pertusa. Sua descoberta, relatada na revista Zootaxa, resulta das expedições realizadas no âmbito do projeto Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva (Revizee), um amplo levantamento dos recursos marinhos da costa brasileira.
Amostras de colônias e fragmentos trazidas dessas viagens – as maiores com quase 30 centímetros de altura, 15 de largura e 5 de profundidade – foram identificadas pela equipe de Clovis Castro, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo ele, a coloração branca da C. medea diminui seu potencial de comércio.
“Os corais preciosos possuem esqueletos internos geralmente na cor vermelha, rosa, cor coral ou branca”, diz Castro. “As espécies mais valorizadas são as de esqueleto avermelhado”. Os bancos de corais de profundidade – no Brasil pode haver outros, além desse no litoral sudeste – podem se estender por centenas de quilômetros, com 10 a 15 metros de altura.
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