Mais de 800 pesquisadores da área de psicologia, na maioria da Europa e dos Estados Unidos, responderam a um questionário sobre má conduta na atribuição de autoria de artigos científicos, em uma sondagem coordenada por um grupo da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica. De acordo com os resultados, publicados na revista Research Ethics, apenas 22,7% dos entrevistados declararam que suas instituições dispõem de políticas explícitas para definir em que circunstâncias um pesquisador pode ser creditado como autor de um artigo (18,9% entre norte-americanos e 25,5% dos europeus), embora 89% considerem que esse tipo de diretriz traz efeitos benéficos.
Sessenta e um por cento dos respondentes disseram já ter participado de estudos nos quais o nome de ao menos uma pessoa foi adicionado à lista de autores, embora não tenha contribuído substancialmente para os achados – um tipo de má conduta conhecido como “autoria honorária”. Já a experiência de ver excluída da lista de autores pesquisadores que deram contribuições concretas e, portanto, deveriam constar dela, mostrou-se menos frequente e foi mencionada por 26,6% dos respondentes – esse desvio ético é denominado “autoria fantasma”.
A prevalência desses problemas entre os psicólogos é significativa, mas ficou um pouco abaixo da observada na área biomédica – uma sondagem feita em 2020 por um grupo da França e do Reino Unido com pesquisadores desse campo do conhecimento mostrou que 74% dos respondentes vivenciaram situações de autoria honorária, enquanto 34% tiveram contato com casos de autoria fantasma.
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