Em decorrência da quimioterapia, alterações na cavidade oral podem ser observadas e levar a complicações sistêmicas importantes, podendo aumentar o tempo de internação hospitalar, os custos do tratamento e afetar diretamente a qualidade de vida dos pacientes. O trabalho “Manifestações bucais em pacientes submetidos à quimioterapia” teve como objetivo realizar uma pesquisa em um hospital de oncologia na cidade de Juiz de Fora (MG), sendo realizado através de coleta de dados nos prontuários de pacientes que estiveram em tratamento oncológico, em que foram avaliadas as prevalências das manifestações orais em relação ao sexo, idade e tipo de tumor. Verificou-se que a mucosite foi a manifestação mais incidente em ambos os sexos em todas as faixas etárias (15,5%). A xerostomia e as demais lesões, como candidíase e lesões aftosas, também estiveram presentes. O estudo foi realizado por Fernando Luiz Hespanhol, da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora, Eduardo Muniz Barretto Tinoco, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Henrique Guilherme de Castro Teixeira e Neuza Maria de Souza Picorelli Assis, da Universidade Federal de Juiz de Fora, e Márcio Eduardo Vieira Falabella, da Universidade do Grande Rio. Segundo eles, é possível melhorar a qualidade de vida antes, durante e após as terapias antineoplásicas através de um protocolo de atendimento odontológico que inclua medidas de condicionamento do meio bucal prévias à quimioterapia, como profilaxia, remoção de cáries, tratamento periodontal e de focos periapicais, orientação para higiene oral e dieta e ainda laserterapia. É importante a inserção do dentista na equipe oncológica para o diagnóstico precoce das manifestações bucais e acompanhamento no período de tratamento, afirmam os autores do estudo.
Ciência & Saúde Coletiva – vol. 15 – supl. 1 – Rio de Janeiro – jun. 2010
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