Com base em imagens de satélite, o biólogo Roy Richard Funch, da Universidade Estadual de Feira de Santana, apresentou em junho de 2015 no Journal of Arid Environments os abundantes cupinzeiros da Caatinga, com 2 a 4 metros (m) de altura. Em um estudo mais recente (Current Biology, 19 de novembro), Funch e biólogos do Reino Unido e dos Estados Unidos relataram a possível origem e as dimensões dessa rede de cupinzeiros, que se preservou por estar em uma área seca e desabitada do interior da região Nordeste. De acordo com o trabalho, os estimados 200 milhões de cupinzeiros cônicos, conhecidos na região como murundus, não são ninhos, mas depósitos de terra resultante da escavação de túneis subterrâneos conectados entre si. Vistos do alto, encontram-se a uma distância regular de cerca de 20 m entre eles. Com até 9 m de diâmetro, os montes de terra ocupam uma área aproximada de 230 mil quilômetros quadrados (km2), maior que a Grã-Bretanha (209,3 mil km2), e devem ter se formado entre 690 e 3.820 anos atrás. É uma idade próxima à dos mais antigos cupinzeiros já conhecidos, na República Democrática do Congo, na África, com 684 a 2.335 anos, 10 m de altura e 15 m de base. Os pesquisadores observaram que os túneis sob os montes de terra nunca são deixados abertos. À noite, pequenos grupos de cupins (Syntermes dirus) saem por pequenos orifícios, coletam folhas e os fecham ao voltar.
Republicar