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Genoma-FAPESP

Decifrando a Xyllela fastidiosa

Considerados num raciocínio linear, os 578.936 nucleotídeos da Xyllela fastidiosa seqüenciados até o último dia 12 de maio equivalem a quase 30% dos aproximadamente 2 milhões de pares de base que compõem o genoma da bactéria. Mas, de fato, isso corresponde a cerca de 10% de todo o trabalho que precisa ser realizado até a conclusão do seqüenciamento total do genoma, prevista para o ano 2000.

Parece estranho, mas isso se explica porque os resultados obtidos num trabalho de seqüenciamento sempre avançam muito rapidamente no começo, quando lida-se, digamos, com uma massa de material virgem e, praticamente, cada nucleotídeo “capturado” e seqüenciado é novo. Depois, há uma estabilização no aparecimento de resultados em ritmo mais suave e, por fim, quando quase todo o genoma já está seqüenciado, o encontro dos últimos nucleotídeos que faltam para completá-lo avança em ritmo penoso.

Explicando por um outro atalho: para se fazer a montagem do seqüenciamento com alta confiabilidade é necessário, na média, repetir sete vezes cada seqüência. Ou seja, para ter montada com rigor a seqüência completa dos 2 milhões de pares de base ou nucleotídeos da Xyllela, há que se realizar, na verdade, o seqüenciamento de 14 milhões de pares de base. Ora, até aqui foram realizados 1,3 milhão de seqüenciamentos que, descartados vetores e repetições, resultaram nos quase 579 mil nucleotídeos seqüenciados com significado real para o projeto. Assim, tem-se os cerca de 10% dos 14 milhões de seqüenciamentos previstos, resultado muito além do que era esperado para maio. Na verdade, só neste mês, de acordo com o cronograma original do projeto, estaria se obtendo os primeiros seqüenciamentos.

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