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Avaliação

Desempenho destacado

Ranking chinês aponta a USP como a 115ª melhor universidade do mundo

MIGUEL BOYAYANCampus da USP: entre as 100 melhores em medicina e farmáciaMIGUEL BOYAYAN

A Universidade de São Paulo (USP) foi classificada como a 115ª melhor universidade do mundo, de acordo com um ranking internacional de instituições acadêmicas organizado pela Universidade Xangai Jiao Tong, da China. A USP, que é a maior universidade pública do país e responde por cerca de um quarto da produção científica nacional, subiu seis posições em relação ao levantamento divulgado em 2008. O ranking  também destaca o desempenho das instituições por grande área do conhecimento. A USP é a única instituição brasileira a figurar entre as 100 melhores do mundo num desses rankings setoriais, no caso, o da área da medicina clínica e da farmácia.

O levantamento, que aponta as 500 melhores universidades do planeta, traz outras cinco brasileiras: a estadual de Campinas (Unicamp), entre as 300 melhores; as federais de Minas Gerais (UFMG) e do Rio de Janeiro (UFRJ), ambas entre a 302ª e a 403ª colocação; a federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a estadual Paulista (Unesp), entre a 402ª e a 500ª posição. A Universidade Harvard emerge do ranking como a melhor do mundo, seguida por outras duas instituições norte-americanas, as universidades de Stanford e da Califórnia, Berkeley.

O ranking chinês foi criado em 2003 e logo se tornou referência internacional na avaliação das universidades. Sua metodologia utiliza um conjunto de indicadores, como o número de alunos e docentes vencedores do Prêmio Nobel ou da Medalha Fields (um dos mais importantes prêmios da área da matemática) e o número de pesquisadores com artigos altamente citados na base Thomson Scientific, entre outros. Seus critérios são totalmente objetivos, ao contrário dos utilizados num outro ranking de prestígio, o da Times Higher Education, do jornal londrino The Times, no qual 40% da nota das instituições está vinculada a uma análise de pares. Um conjunto de 5 mil pesquisadores de todos os continentes é entrevistado e cada um deles indica um conjunto de universidades que considera excelentes. Como os entrevistados variam, há oscilações de um ano para o outro. Pelos critérios do Times Higher, a USP caiu de 197ª para a 205ª posição entre 2008 e 2009. A Unicamp também perdeu espaço, caindo de 249º para o 295º lugar (ver Pesquisa FAPESP nº 165).

Para Suely Vilela, reitora da USP entre 2006 e 2009, a regularidade apontada pelo ranking chinês faz mais justiça ao de­sempenho da USP do que as variações do levantamento britânico. “O ranking de Xangai aponta claramente uma tendência de estabilidade. E essa tendência é consistente com o que vem acontecendo na USP, com o fortalecimento dos programas de pós-graduação e o fomento contínuo à pesquisa proporcionado por agências públicas, com grande destaque para a FAPESP”, disse Suely. Segundo ela, o desempenho da USP no campo da medicina e da farmácia não é surpreendente. “Na área da saúde, temos 80 programas de pós-graduação, um patamar muito superior ao de outras áreas, como engenharias e ciências exatas e da Terra, que reúnem pouco mais de duas dezenas de programa cada uma”, afirma.

O diretor da Faculdade de Medicina da USP, Marcos Boulos, diz que o desempenho no ranking tem relação direta com os investimentos públicos feitos na área da saúde. “Conseguimos apoio cada vez mais importante dos órgãos de fomento, em especial da FAPESP, e com isso podemos, por exemplo, montar laboratórios multiusuários e diversas unidades de apoio, otimizando nossas atividades de pesquisa”, disse. Para Rui Curi, diretor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, o fato de estar entre as 100 melhores na área da saúde também é resultado da qualidade dos recursos humanos no setor. “E a demanda maior de recursos por essa área decorre da massa crítica de alto nível que temos no estado de São Paulo”, disse. Curi destaca que o ICB, com 145 pesquisadores, é uma das unidades que mais recebem recursos da FAPESP per capita.

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