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Boas práticas

Desgaste e renúncia

Reitora pede demissão da Universidade Columbia após crise gerada por protestos de estudantes

A economista Nemat Shafik renunciou ao cargo de reitora da Universidade Columbia, em Nova York, nos Estados Unidos, após ficar apenas 13 meses na função, desgastada por uma crise desencadeada por protestos pró-Palestina na universidade que ocorreram entre abril e maio. Shafik chamou a polícia duas vezes para remover acampamentos no campus, o que levou à prisão mais de uma centena de manifestantes. A repressão foi condenada por estudantes e por grupos pró-Palestina, mas a reitora também não escapou de críticas de grupos pró-Israel, para quem ela deveria ter sido mais incisiva na punição aos manifestantes.

“Tive a honra e o privilégio de liderar esta instituição incrível e acredito que – trabalhando juntos – fizemos progressos em várias áreas importantes”, escreveu Shafik, ao anunciar a renúncia. “No entanto, também foi um período de turbulência em que se tornou difícil superar visões divergentes em nossa comunidade. Esse período cobrou um preço considerável para minha família, assim como para outras pessoas em nossa comunidade.” Shafik, que vai assumir um cargo no governo do Reino Unido, é a terceira reitora de uma grande universidade norte-americana a renunciar depois da onda de protestos em universidades contra a guerra que Israel deflagrou na Faixa de Gaza após sofrer um ataque terrorista do grupo Hamas. Elizabeth Magill, reitora da Universidade da Pensilvânia, e Claudine Gay, reitora da Universidade Harvard, renunciaram logo após prestarem depoimento no Congresso dos Estados Unidos sobre a resposta que deram aos protestos e serem criticadas por suposta leniência com os manifestantes. Gay, primeira afro-americana a comandar Harvard, também foi acusada de copiar mais de 40 trechos de textos escritos por outras pessoas em artigos acadêmicos e na tese de doutorado que defendeu nos anos 1990, sem dar crédito às fontes, o que configura plágio.

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