A taxa de desmatamento na Amazônia Legal aumentou 30% entre agosto de 2018 e julho de 2019. No período, foram derrubados 9.762 quilômetros quadrados (km2) de floresta, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados em novembro. Depois de atingir um pico em 2004, quando foram desmatados 27.772 km2 de floresta, a taxa caiu até 2012 e voltou a subir a partir do ano seguinte, de acordo com o sistema Prodes, que monitora o desmatamento na região desde 1988. Nos 12 meses mais recentes, os estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso e Amazonas responderam por 84% do total desmatado, o equivalente a 8.213 km2. Também em novembro, a organização não governamental Observatório do Clima apresentou a estimativa mais recente da emissão de gases de efeito estufa pelo Brasil. Ela se manteve estável no último ano. Em 2018, foram lançados na atmosfera 1,939 bilhão de toneladas de CO2 equivalente (CO2e), valor 0,3% superior ao de 2017. As emissões resultantes do desmatamento na Amazônia no ano passado foram em parte compensadas por uma redução de 10% na derrubada da vegetação do Cerrado, resultando em um aumento de 3,6% nas emissões por mudança de uso da terra. O setor de energia registrou uma queda de 5% nas emissões, em razão do aumento de uso de etanol no transporte de passageiros, da adição de biodiesel ao diesel e do incremento de fontes renováveis na geração de eletricidade. Houve uma queda de 0,7% nas emissões da agropecuária e um aumento de 1% nos processos industriais. Os resultados indicam que o Brasil ainda não incorporou uma trajetória consistente de redução de emissões (Observatório do Clima, 5 de novembro).
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