DANIEL BUENOPara saber a incidência de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) em pessoas que viajam para outros países, pesquisadores de várias partes do mundo liderados pelo italiano Alberto Matteelli, do Instituto de Doenças Infecciosas e Tropicais, na Itália, analisaram o histórico de 112 mil viajantes doentes, entre 1996 e 2010, do banco de dados do GeoSentinel, uma rede mundial de clínicas especializadas em enfermidades adquiridas em viagens. A rede é ligada à Sociedade Internacional de Medicina de Viagem (ISTM na sigla em inglês) e ao Centro de Controle de Doenças (CDC), dos Estados Unidos. Foram identificados 974 pacientes, 0,9% do total, com DSTs, divididos em três grupos: diagnosticados após a viagem, durante a viagem e imigrantes. O estudo, o mais extenso sobre a relação viajantes e DSTs, foi publicado na revista The Lancet Infectious Diseases (março de 2013) e mostra que a incidência é maior em homens em viagens com menos de um mês para visitar parentes e amigos. As doenças mais comuns, para os que voltaram das viagens, são as uretrites não gonocócicas ou não especificadas (30,2%), seguidas de infecção pelo HIV (27,6%). Os diagnósticos durante a viagem mostraram também as uretrites (21,1%) e epididimite (15,2%), enfermidade do testículo. Entre os imigrantes prevaleceu a sífilis, com 67,8%. Para os autores, embora o número de pessoas contaminadas seja baixo, ele é alarmante pela diversidade de doenças em cada grupo. Eles também indicam a necessidade de estratégias preventivas e uma maior assistência para os pós-viajantes.
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