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Estratégias

Dilemas nipônicos

LAURA BEATRIZO Japão teme perder status na ciência mundial, sufocado pelo envelhecimento de sua comunidade científica e também por entraves culturais para atrair talentos de outros países e mandar os seus pesquisadores para o exterior. Segundo a revista Nature, um relatório divulgado no mês passado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia nipônico informa que iniciativas para preservar o fôlego científico não estão surtindo efeito. Nos últimos anos, 28 universidades e institutos de pesquisa criaram esquemas para garantir financiamento e ampliar a independência dos jovens pesquisadores. Isso não foi suficiente para rejuvenescer as instituições: o contingente de pesquisadores com menos de 37 anos caiu de 36.773 em 1998 para 35.788 em 2007, embora, no mesmo período, a comunidade científica tenha crescido 15%. Barreiras culturais tornam as perspectivas mais complicadas. Após décadas de estímulo à internacionalização, apenas 10% dos doutores formados em universidades japonesas são estrangeiros, ante 42% dos Estados Unidos e 41% do Reino Unido. E cada vez menos japoneses se interessam por ter experiência internacional. Embora dois dos quatro nipônicos que venceram o Nobel de 2008 estejam radicados nos Estados Unidos, o número de pesquisadores que passaram mais de três meses em laboratórios do exterior caiu de 7.118 em 1997 para 4.163 em 2006. Segundo o relatório, apenas 2% dos cientistas japoneses planejam trabalhar no exterior.

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