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Covid-19

Distorções na percepção do tempo

Hiroshi Watanabe / Getty Images

Como um elástico, o tempo parecia se dilatar ou encolher durante a pandemia, refletindo as emoções das pessoas recolhidas a suas casas. “Muitas vezes me sinto entediado” ou “o tempo está se esgotando” eram algumas das alternativas que os 3.855 participantes de um estudo para medir a percepção da passagem do tempo pelos brasileiros poderiam marcar, durante 14 semanas, após dois meses de distanciamento social, em um questionário on-line. Coordenado pelo psicólogo e neurocientista André Cravo, da Universidade Federal do ABC (UFABC), o estudo registrou distorções na consciência do tempo. Ele pareceu mais longo e vazio em consequência de fatores negativos (solidão, tristeza e más notícias). Ou, inversamente, mais acelerado e mais curto em razão de fatores positivos (alegria, realização de atividades recompensadoras, recuperação da saúde de familiares ou diversão com outras pessoas). Participantes mais jovens relataram sentir o efeito da dilatação do tempo com mais frequência do que os com mais de 40 anos (Science Advances, 13 abril).

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