Mesmo com certificação, parte do mel produzido e comercializado no país tem sido adulterada com glicose de milho ou de cana-de-açúcar, como mostram dois estudos conduzidos no Centro de Isótopos Estáveis, unidade do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista em Botucatu, no interior paulista, com lotes do produto recolhidos em apiários e supermercados. Uma das pesquisas, feita pela agrônoma Elvira Maria Arauco em sua tese de doutorado defendida no Programa de Pós-graduação em Zootecnia da Faculdade de Medicina Veterinária, avaliou o grau de pureza de 211 amostras de mel compradas de apicultores de 15 estados brasileiros. Do total, 8% apresentavam adulterações, que comprometem não só a qualidade como também a composição do produto, já que, durante o aquecimento para a adição de glicose, o mel perde proteínas, minerais, vitaminas e enzimas importantes. As amostras de mel vendidas em supermercados de sete estados brasileiros também apresentaram adulterações. De um total de 61 pequenas porções, 11 delas (18%) continham glicose de milho ou de cana-de-açúcar, segundo pesquisa realizada por Cibele Regina de Souza para a monografia de conclusão do curso de ciências biológicas do Instituto de Biociências da universidade. Os estudos foram realizados tendo como base a diferença do valor padrão dos átomos de carbono 13 e 12 do mel puro e dos produtos analisados.
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