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Boas práticas

Editoras querem levantar dados sobre diversidade em suas publicações

A iniciativa faz parte do esforço de instituições científicas em reconhecer e combater o preconceito estrutural na ciência

Mais de 50 editoras científicas estão se preparando para levantar dados sobre gênero e raça dos pesquisadores que publicam estudos em seus cerca de 15 mil periódicos, em um esforço para mapear a diversidade nas revistas científicas. As informações ajudarão a identificar quais grupos são mais e menos representados e se existem vieses de raça e gênero no processo de edição e revisão capazes de determinar, direta ou indiretamente, quais trabalhos serão publicados.

As editoras asseguram que os dados serão coletados e armazenados de forma apropriada, de modo a garantir a privacidade dos envolvidos. A iniciativa resulta de um esforço mais amplo em reconhecer, compreender e combater o preconceito estrutural na ciência e no sistema de publicação acadêmica. Sabe-se que grupos minoritários tendem a ser sub-representados na ciência e essa diferença cresce nos níveis mais altos da hierarquia acadêmica.

No entanto, existem poucas informações sobre como o fenômeno se reflete nos periódicos científicos. “É difícil fazer mudanças, definir metas e medir o progresso sem dados”, disse à revista Nature Holly Falk-Krzesinski, vice-presidente de inteligência de pesquisa da editora holandesa Elsevier, uma das participantes da iniciativa.

O interesse em mapear a diversidade nos periódicos científicos se intensificou após a morte de um homem negro desarmado, George Floyd, em ação policial no estado de Minnesota, nos Estados Unidos, em maio de 2020. O caso provocou ampla discussão sobre o conceito de racismo estrutural em todo o mundo, o que acabou ampliando a percepção de que o fenômeno permeia toda a sociedade, incluindo as instituições científicas. No mês seguinte ao acontecimento, a Sociedade Real de Química, no Reino Unido, congregou 11 editoras na assinatura de um compromisso conjunto para rastrear e reduzir o preconceito na publicação acadêmica. Isso incluiria um esforço para coletar e analisar dados de diversidade. O grupo cresceu e agora reúne 52 editoras.

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