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Tecnociência

Eletricidade e água no sertão

Aos poucos, os moradores das propriedades rurais de Araripina, Serra Telhada e Afogados da Ingazeira, no interior pernambucano, deixam de assistir televisão movida a bateria e de usar óleo diesel e querosene para iluminar suas casas. O Núcleo de Apoio a Projetos de Energias Renováveis (Naper) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) está instalando sistemas de captação e produção de energia solar nesses municípios, a um custo de US$ 800 a US$ 1.100 por unidade. O financiamento provém do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Eletrobrás e de entidades não-governamentais.

Estão em operação 126 sistemas, compostos por uma placa captadora, uma bateria e um controlador de voltagem, que alimentam até quatro pontos de luz de 60 Watts por cinco horas e, se faltar sol, armazenam energia por 48 horas. Além de prepararem os moradores para cuidar dos equipamentos, os pesquisadores instalaram cinco sistemas de bombeamento de água para poços acionados a energia solar, os Amazonas ou cacimbões. O reservatório de água é feito com placas pré-moldadas feitas no próprio local pelos moradores. Criado em 1995, o Naper procura amenizar o precário quadro da eletrificação rural, não rentável para as concessionárias. No Nordeste, apenas 14% das propriedades rurais recebem energia elétrica.

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