Os desertos do Saara, no norte da África e da península Arábica, no Oriente Médio, poderão suprir de forma sustentável parte da energia elétrica da Europa e dos países dessas regiões. A ideia, baseada em estudos com tecnologia já existente, se vale de sistemas de energia solar e começou a ser implementada pela Iniciativa Industrial Desertec, um grupo de 12 companhias que vai analisar e desenvolver a estrutura técnica, econômica, política, social e ecológica do projeto. Entre as empresas estão Siemens, Deutsche Bank, Solar Millennium e ABB. A concepção do projeto é da Fundação Desertec, criada pela Cooperação para Energia Renovável Transmediterrânea (Trec), uma rede de pesquisadores e engenheiros de países banhados pelo mar Mediterrâneo, e do Clube de Roma, uma organização formada por acadêmicos e personalidades de todo o mundo. Eles se baseiam em cálculos que indicam o consumo de energia elétrica de toda a humanidade em um ano ser equivalente a seis horas diárias de raios solares sobre os desertos. Os organizadores acreditam que, em 2050, esse sistema será suficiente para gerar 66% da energia de países do Oriente Médio e norte da África e 20% da Europa. A energia elétrica será transportada por longas extensões de cabos com o auxílio de enormes transformadores.
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