Combater a discriminação no ambiente acadêmico não é suficiente para ampliar a participação das mulheres em carreiras científicas – pelo menos nos Estados Unidos. Dois pesquisadores da Universidade Cornell, Stephen Ceci e Wendy Williams, analisaram 20 anos de dados sobre a discriminação de gênero e a situação das mulheres na ciência no país. Concluíram que a escassez de mulheres no topo de carreiras ligadas a ciências e engenharias é explicada mais por escolhas pessoais que elas foram obrigadas a fazer – como ter filhos e cuidar da família – do que pela hostilidade do ambiente. Embora a discriminação ocorra, Ceci e Williams mostram que os incidentes são raros. Segundo o estudo, publicado na revista Proceedings of National Academy of Sciences (PNAS), homens e mulheres de perfis semelhantes publicam trabalhos científicos em quantidade e qualidade parecidos e são contemplados com salários e financiamento similares. O que impede o avanço delas é o adiamento da carreira para cuidar da família. Segundo os autores, a saída é criar políticas capazes de atacar as razões culturais que levam as mulheres a optar pela vida pessoal em detrimento da vocação.
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