A violência física, psicológica e sexual contra as mulheres ainda é alta e invisível, concluíram pesquisadores da USP em Ribeirão Preto. André Marinheiro, Elisabeth Vieira e Luiz de Souza procuraram 564 mulheres que haviam passado por atendimento clínico ou ginecológico em um centro de saúde de Ribeirão Preto, interior paulista, e conseguiram entrevistar 265, com idade entre 18 e 49 anos. Uma em cada quatro contou já ter sofrido violência física (empurrão, chute, soco ou surra) , sendo que 40% dos episódios haviam ocorrido no ano anterior à entrevista. Quase metade relatou ter sido vítima de violência psicológica (insultos, humilhações ou ameaças) e 10% disseram que foram forçadas a praticar sexo, por intimidação ou de forma degradante. Os fatores de risco mais comuns são o uso de drogas pelo companheiro, o nível de escolaridade e a condição socioeconômica. Para os pesquisadores, esses problemas permanecem invisíveis para a rede pública de saúde, já que o registro de casos de violência é menor que o observado. As mulheres nem sempre vêem a violência de que são vítimas: quase metade contou já ter passado por alguma forma de violência, mas só 22% reconheceram o ocorrido como violência.
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