Geralmente evitados, os cemitérios poderiam ser valorizados como patrimônio histórico, artístico e ambiental, não apenas como espaço de celebração dos mortos, propôs o arquiteto Saúl Alcántara Onofre, presidente do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), em um debate em outubro no Museu Nacional de Antropologia, na Cidade do México. Segundo ele, as tumbas e monumentos dos cemitérios refletem a cosmovisão das sociedades que os construíram. Em algumas cidades, como Paris e Buenos Aires, são pontos turísticos. Outros, como o de San Fernando, em Sevilha, na Espanha, oferecem áreas verdes. O de Vila Formosa, o maior da América Latina, na zona leste da cidade de São Paulo, tem uma trilha de 1,5 quilômetro em meio a árvores, inaugurada em 2015 com o propósito de transformar os cemitérios da cidade em espaços para a prática de exercícios físicos e passeios com animais de estimação. “Valorizar esses espaços contribui para fortalecer a memória coletiva e a diversidade cultural de nossa nação, garantindo que as gerações futuras possam experimentar esse legado”, arrematou Onofre (INAH, 23 de outubro).
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