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Tecnociência

Estabilizante a partir da cana

A goma xantana é um polímero natural utilizado em larga escala pela indústria alimentícia, farmacêutica e de cosméticos. Embora entre na composição de muitos produtos como espessante e estabilizante, o que garante consistência ao alimento, a indústria brasileira ainda depende totalmente do produto importado. Pensando em como reduzir essa dependência, pesquisadores da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Assis, conseguiram produzir a goma xantana isolando a bactéria Xanthomonas, encontrada no caule da cana-de-açúcar.

“Devido à nossa linha de atuação em biotecnologia de alimentos e energia, procuramos alternativas para agregar valor a agroprodutos que o país produz, dentre eles a açúcar da cana, que serve como matéria-prima para a goma xantana. Esse biopolímero é cerca de 30 vezes mais caro que a sacarose e, para cada 100 kg de sacarose, são produzidos 40 a 50 kg de xantana. A sacarose é sobretaxada no exterior, e esse biopolímero não”, explica o coordenador do projeto, Pedro de Oliva Neto, do Departamento de Biociências. A Xanthomonas é uma bactéria fitopatogênica que pode ser encontrada na terra e em plantas.

Segundo o coordenador, eles já sabem como produzir a xantana em pequenas quantidades (escala laboratorial) e agora estão testando formas mais econômicas de purificá-la. O pesquisador acha que ainda é cedo para falar em vantagens, considerando que a comparação é entre um produto produzido em laboratório e outro comercial. “Mas estamos bastante satisfeitos com a performance de nossas linhagens em relação a uma linhagem de referência internacional de Xanthomonas campestris. Nas mesmas condições testadas, tivemos uma vantagem com nossas bactérias de cerca de 5% a mais tanto na produção do biopolímero como na qualidade da goma, mais viscosa.

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