Claude Monet passou a pintar de modo diferente à medida que envelhecia. As marcas dos pincéis se mostravam mais firmes e as cores marcadamente azuis, laranja ou marrons. Os detalhes se esvaíam. Não, o impressionista que fez história não estava se tornando um expressionista abstrato. A catarata é que começava a cobrir seus olhos antes tão sensíveis. Michael Marmor, oftalmologista da Universidade de Stanford, Estados Unidos, mostra por meio de simulações de computador em um estudo da Archives of Ophthalmology como a visão de Monet se tornava turva e perdia o foco e a capacidade de captar as sutilezas de cor e luz à medida que a catarata progredia até o ponto de o deixar incapaz de distinguir o que via do que estava pintando (New York Times, 4 de dezembro). Não foi o único a sofrer com a perda do olhar. Edgar Degas, hoje parece claro, sofreu de uma doença na retina, provavelmente degeneração macular, por quase metade de sua vida.
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