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BOAS PRÁTICAS

Estudo estima a dimensão do problema envolvendo as “fábricas de papers

Um estudo desenvolvido pelo Comitê de Ética em Publicações (Cope), fórum de editores com sede no Reino Unido, em parceria com a associação de editoras científicas STM, estimou pela primeira vez a dimensão do problema envolvendo as “fábricas de papers”, serviços ilegais que produzem artigos sob demanda – quase sempre com dados falsos – e os submetem a periódicos científicos em nome de pesquisadores. Eles se debruçaram sobre dados de mais de 53 mil artigos e entrevistaram pesquisadores e editores de revistas científicas sobre suas percepções e experiências relacionadas ao problema.

O esforço identificou pelo menos 457 trabalhos falsos publicados em revistas científicas de várias áreas do conhecimento entre 2019 e 2021. Outros 139 manuscritos fraudulentos foram submetidos à avaliação dos periódicos, mas identificados antes da publicação. As análises e entrevistas sugerem que até 2% dos manuscritos enviados às revistas são suspeitos de falsificação, e que os periódicos que caem nesse golpe e publicam papers falsos experimentam um aumento acentuado do número de submissões suspeitas – em alguns casos, até 46% do total de trabalhos submetidos a uma única revista passa a apresentar indícios de terem sido produzidos por “fábricas de papers”.

O Cope fez uma série de recomendações para tentar conter o problema. As orientações envolvem aumentar os investimentos em ferramentas de detecção de papers com dados suspeitos e treinar o corpo editorial das revistas para que seja possível identificar prontamente esses trabalhos. Outra sugestão é criar estratégias para assegurar que as retratações de artigos fraudulentos sejam reconhecidas também por repositórios de preprints, retirando de circulação versões preliminares dos papers falsos.

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