A análise de aproximadamente 8,7 mil genomas do Sars-CoV-2 coletados em 33 países e dois estados ultramarinos da África permitiu a uma equipe internacional de pesquisadores traçar o perfil da pandemia no continente. O trabalho, coordenado pelo bioinformata brasileiro Túlio de Oliveira, da Universidade de Kwazulu-Natal, na África do Sul, contou com a colaboração de dezenas de instituições internacionais, entre elas os Centros para Controle e Prevenção de Doença da África e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Eles empreenderam uma análise detalhada das variantes e linhagens do Sars-CoV-2 no continente. Verificaram que a epidemia se instalou na África a partir de casos importados, sobretudo da Europa. Com o avanço da pandemia e o aumento da transmissão e da mobilidade das pessoas, surgiram novas variantes, como a B.1.351 (Beta) e B.1.525 (Eta), as quais estão se espalhando pelo mundo (Science, 9 de setembro). “A África não pode ser deixada para trás na resposta à pandemia. Caso contrário, ela pode se tornar fonte de novas variantes”, destacaram os autores.
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Estudo traça perfil da Covid-19 nos países da África
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Passageiros vindos da Europa introduziram o novo coronavírus em países africanos no início da pandemia
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