Imprimir Republicar

Evento

FAPESP realiza workshop sobre Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre

Encontro irá divulgar os avanços alcançados no desenvolvimento de um dos pilares do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais

 

Eduardo Cesar

Supercomputador Tupã, adquirido pela FAPESP e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e InovaçãoEduardo Cesar

Pesquisadores dos programas de mudanças climáticas, biodiversidade e bioenergia, apoiados pela FAPESP, participam em 19 de fevereiro, das 8h às 17h, de um workshop sobre o Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre (Brazilian Earth System Model – BESM), um dos pilares do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), lançado em 2008. O evento contará com a participação do professor Guy Brasseur, diretor do Centro de Serviços Climáticos (CSC) da Alemanha e ex-diretor do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas (NCAR), dos Estados Unidos, como convidado especial.

O BESM foi desenvolvido sob a coordenação do Centro de Ciências do Sistema Terrestre (CCST), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e tem capacidade de gerar cenários de mudanças climáticas com perspectiva brasileira, incorporando processos de formação de nuvens, dinâmica da vegetação e o conhecimento criado no país sobre a influência da Floresta Amazônica sobre o clima global. O projeto coloca o Brasil no cenário internacional do desenvolvimento de modelos climáticos e passa a tratar com maior exatidão os processos regionais de interesse do país, ampliando a base científica para enfrentar os desafios e consequências das mudanças globais em curso.

Em 2012, pela primeira vez, desde a concepção do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, da sigla em inglês), o Brasil se tornou uma nação contribuinte com cenários climáticos globais para o Painel da Organização das Nações Unidas, com projeções computadas com uma versão aprimorada do BESM.

A versão integral do modelo está sendo elaborada por uma rede de instituições brasileiras com apoio do PFPMCG e parcerias internacionais, sob a liderança do CCST. Feitas no supercomputador Tupã, adquirido pela FAPESP e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), as simulações foram submetidas ao Projeto de Intercomparação de Modelos Acoplados, Fase 5 (CMIP5, na sigla em inglês) para o período que vai de 1960 a 2100.

O modelo conta com a capacidade de estabelecer, em intervalos determinados de tempo, a influência das combinações entre temperatura da superfície do mar, intensidade dos ventos, temperatura do ar, precipitação pluviométrica e radiação solar, entre outras variáveis, que permitem prever o impacto das interações oceano-atmosfera sobre a distribuição de chuvas e temperaturas sobre o Brasil e o planeta.

O BESM integra a dinâmica de funcionamento do clima na atmosfera, e passa a incluir os processos de formação de nuvens; as formações de gelo marinho (fundamentais para o equilíbrio radiativo da atmosfera e determinação da velocidade do aquecimento global); a influência das variações no desenvolvimento da vegetação na América do Sul, agora integrando o conhecimento gerado sobre a Amazônia, como, por exemplo, do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia (LBA) e as consequências das interações floresta-clima naquela região, cujo efeito regulador do clima global é uma importante contribuição brasileira para os modelos existentes hoje no mundo.

Workshop sobre Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre

(Brazilian Earth System Model – BESM)
19 de fevereiro de 2013, das 8h às 17h
Local: FAPESP, rua Pio XI, 1500, Alto da Lapa, São Paulo
Inscrições gratuitas em:
www.fapesp.br/eventos/MBSE/inscricao
Apresentações em inglês com tradução simultânea para o português

Republicar